Existe outro assunto além do Natal?
- Um homem me pediu R$0,50 pra comprar um pão com manteiga. Eu estava putíssima por ter perdido meu precioso tempo numa loja mantida pela burocracia. Enfiei a mão na bolsa achando que tinha uma nota solta de R$1,00. Acabou que era de R$2,00. O homem começou a chorar, ajoelhou e beijou minha mão. Que país é esse?
- Um bebê se esgoelava no corredor do shopping, mesmo no colo da mãe. Impossível não me inquietar depois de quase cinco minutos de chororô. Eu estava dentro da loja, a mãe chacoalhava a criança próximo a vitrine. A pobrezinha estava com um casaco de lã, rosa. Lá fora um calor infernal. Só podia ser febre, na criança ou na mãe sem noção. Vontade quase incontrolável de ir até lá libertar a menina da armadura sintética.
- O que me chateia (muito) nessa época não tem nada a ver com saudade. Saudades eu sinto o tempo todo. Na verdade, me arrasa o fato de ver as pessoas entusiasmadas, comprando, comprando e comprando, por conta do décimo terceiro. E saber que isso só acontece uma vez por ano. Ou seja, que vida mais besta essa, onde uma vez só por ano é concedido o privilégio de se obter o que se deseja. E nem me digam que são só coisas materiais. São, sim. São mesmo. Mas não estamos no Mundo Ideal. Não sei se falo só por mim, quando digo que minhas emoções se apoiam em coisas concretas, como um teto sob minha cabeça ou o bifinho na minha geladeira.
- Eu quero uma Barbie.
- Eu quero um carro com controle remoto.
- Eu quero um avião (que voa!)
- Um homem me pediu R$0,50 pra comprar um pão com manteiga. Eu estava putíssima por ter perdido meu precioso tempo numa loja mantida pela burocracia. Enfiei a mão na bolsa achando que tinha uma nota solta de R$1,00. Acabou que era de R$2,00. O homem começou a chorar, ajoelhou e beijou minha mão. Que país é esse?
- Um bebê se esgoelava no corredor do shopping, mesmo no colo da mãe. Impossível não me inquietar depois de quase cinco minutos de chororô. Eu estava dentro da loja, a mãe chacoalhava a criança próximo a vitrine. A pobrezinha estava com um casaco de lã, rosa. Lá fora um calor infernal. Só podia ser febre, na criança ou na mãe sem noção. Vontade quase incontrolável de ir até lá libertar a menina da armadura sintética.
- O que me chateia (muito) nessa época não tem nada a ver com saudade. Saudades eu sinto o tempo todo. Na verdade, me arrasa o fato de ver as pessoas entusiasmadas, comprando, comprando e comprando, por conta do décimo terceiro. E saber que isso só acontece uma vez por ano. Ou seja, que vida mais besta essa, onde uma vez só por ano é concedido o privilégio de se obter o que se deseja. E nem me digam que são só coisas materiais. São, sim. São mesmo. Mas não estamos no Mundo Ideal. Não sei se falo só por mim, quando digo que minhas emoções se apoiam em coisas concretas, como um teto sob minha cabeça ou o bifinho na minha geladeira.
- Eu quero uma Barbie.
- Eu quero um carro com controle remoto.
- Eu quero um avião (que voa!)
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