Wednesday, June 8, 2011

Enquanto isso, na sala da INjustiça Ele chega com um catálogo

Enquanto isso, na sala da INjustiça

Ele chega com um catálogo chiquérrimo de uma joalheria. Eu não sei de onde ele tirou aquilo, melhor nem perguntar.

- Olha e escolhe alguma coisa pra eu dar pra você.

Eu nunca me interessei por jóias de verdade. Não mesmo. Sempre soube que estavam fora do meu alcance. E além disso, esse caráter permanente da jóia não me interessa muito. Aliás, até me ressente saber que uma pedra tem permanência maior do que eu aqui, no mundo. E nem me diga que um diamante não é arrogante por ser eterno. Mesmo eu seria arrogante se fosse eterna. E não sendo eterna, meu gosto é assim como eu, efêmero. Hoje gosto, amanhã gosto menos. E sempre inventam um modo de fazer a zircônia cúbica brilhar mais, então, fico sempre nas bijoux. Sem ressentimentos.
Mas o inusitado da situação deu, sim, um frio estranho no estômago. Claro que eu não ia querer ganhar uma jóia. Não saberia nem o que fazer com isso. Imagine, amedrontada como sou, ia sair com cara de "por favor, não me roube, não leve minha única borboleta de ouro branco!". Não ia dar. Eu recusaria, absolutamente. Mas a sensação foi boa, empolgou por um milésimo de segundo.

Até:

- Depois que você escolher, eu vou recortar bem direitinho e colar num cartão bem bonito e...

Né.

Não deixou de ser surpreendente, oras...


No comments:

Post a Comment