
Essa cena da banheira, a metáfora da minha vida. Um muro, uma arma e um cachorro. Algo de "estou vestido com as roupas e as armas de Jorge". A ilusão necessária de que a realidade não pode penetrar a cerâmica. Quá! A realidade penetra qualquer coisa, no momento em que quiser.
Se você não assistiu o filme e não quer perder a surpresa, pare de ler agora.
Eu morri 3/4 junto com o cachorro, eu confesso. Como se fosse surpresa, como se não fosse óbvio que o cachorro ia morrer. A vida é assim, os cachorros sempre morrem. E o cara quase morre, enlouquece de solidão. Mas aí outro fato: a gente sabe que fica no QUASE. Porque a solidão é assim, ela é QUASE letal. Já que ninguém é uma ilha blábláblá.
O filme continuou - assim como a vida - e outras pessoas apareceram.
Não fez diferença pra mim, o cachorro tinha morrido.
Eu gostava do cachorro. E ele morreu.
Como faz?
O herói seguiu em frente e reencontrou a realidade.
Eu, não.
O cachorro morreu.
Agora a parte boa: eu recuperei dois, dos três cachorros desaparecidos. A história é aquela mesma, mas vamos deixar isso pra trás. Dois cachorros estão de volta e assim que conseguir uma foto decente, mostro pra vocês. Cachorros são ainda mais difíceis de fotografar bem do que crianças. Quem já tentou sabe...
No comments:
Post a Comment