Friday, July 1, 2011

Meu tipo de garota Seis anos. Cabelinho caracol, pálida,

Meu tipo de garota

Seis anos. Cabelinho caracol, pálida, magrinha. Uma pulguinha vestida de cor de rosa. Toda vez que entra em minha casa vai direto, sem cerimônia, ao closet, brincar com meus sapatos. Eu acho fofíssimo, já que na idade dela fazia a mesma coisa, com os sapatos da minha tia.
Eu gosto de irritá-la um pouquinho, lembrando que recentemente ela era um bebê de fraldas. E ela fica ofendidíssima, já que as menininhas de seis anos de hoje já querem casar e ter filhos adotados de vários continentes, aos doze anos. Então ela ficou especialmente irritada comigo ontem. Mas teve educação suficiente pra esperar o momento certo pra dar o troco.
- É verdade que você não tem pai?
Confesso que fiquei surpresa.
- É.
- Então como você nasceu?
Conversa super perigosa essa.
- Eu tive pai, claro. Todo mundo tem um pai. Só que o meu já morreu.
- Rá!Rá!Rá! EU-TENHO-PAI-VOCÊ-NÃO-TE-EM!!!
Batendo palmas e dando pulinhos.

Eu provoquei, né?

Mas isso de crescer rápido demais. É notório que a infância encurtou. Ou mudou muito. Eles agem como adultos e falam como adultos (às vezes muito melhor do que adultos) de forma quase assustadora. E fica meio sem graça, porque é um tempo tão curto pra se curtir as ilusões da vida e eles estão vivendo isso cada vez menos. Reflexo dos nossos tempos, paciência. Mas coisas perigosas acabam acontecendo. Essa garotinha, por exemplo, teve recentemente uma puta dermatite de contato. Se acabou de brincar com a maquiagem da mãe e depois virou um cogumelo, toda inchada, porque queria parecer uma mulherrrrr. E conseguiu, no pior sentido: ficou toda embarangada, tadinha. Que é o que acontece quando uma mulher quer enfeitar muito...


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