Thursday, November 3, 2011

360º E a gente cresceu ouvindo falar que a televisão não

360º

E a gente cresceu ouvindo falar que a televisão não prestava. Ao mesmo tempo em que éramos deixados em frente à ela por horas a fio. Não que eu reclamasse, sabe como é, era o que eu conhecia. Mas havia os especiais, vez ou outra. Onde se contava o grande avanço que era a Tv e a maneira como ela tinha evoluído, as válvulas, o p&b, o technicolor e até umas telas monocromáticas que as pessoas inventaram de colocar em frente da caixa, isso quando eu tinha uns 9 anos.

A televisão não prestava, mas a gente também não, porque se rendia, atrelava a ela sempre que possível. O Chacrinha. O Bolinha. O Geraldo Aguiar. A Sexta Sexy. E o Supercine, claro.

Mas não prestava. Todo mundo dizia. E nos davam livros pra ler. E eu lia em frente a Tv. Com o rádio ligado também. Depois querem nos convencer de que Multimídia é uma novidade do tipo novo milênio. Nem vem, que eu vi primeiro.

Nos colocavam em escolinhas de esportes e balé. E pra praticar, aprimorar a técnica? Fitas VHS, lógico, pra assistir em casa.

O fato é que fui seduzida pelo video-game no exato momento em que o vi pela primeira vez. Tinha cor, tinha som, movimento e, bingo!, se jogava na tv. Atravesso as horas, até hoje, viciada que eu sou. Do tipo que não levanta pra comer nem pra fazer xixi. Do tipo que irrita os outros com a obsessão pelo nome no score. E que fica irritada com os chamados pra ir almoçar/jantar/dormir.

Até que o computador chegou. E o Personal Computer substituiu tudo de ruim que a gente praticava enquanto mero telespectador. Onipresentemente bege, era como ele era. De alguma forma encantada o PC ganhou status de oráculo. A tv foi abandonada na sala para que ficássemos enclausurados no quarto em frete à outra caixa quadrada, essa agora conectada com o mundo.

Quá! Como se a gente precisasse estar conectado com o mundo pra receber o que vinha dele. Quer tc comigo? foi o mantra de uma geração. Foi, não é mais. Porque a grande novidade foram as placas de... TV!

Não durou muito. Nada dura muito na era da informação. Já que as informações deixaram os limites do papel jornal e do noticiário azulado das oito. Hoje elas chegam com um aviso sonoro, pelo telefone.

O celular. Aquele que tira fotos, grava e exibe vídeos, reproduz mp3 e de vez em quando serve até para falar com alguém, se você quiser.

E, claro, quase me esqueço, agora você pode assistir tv.
No
seu
telefone.


Evolução é isso.

No comments:

Post a Comment