Friday, October 7, 2011

If I could stay Then the night would give you up ...

If I could stay
Then the night would give you up
Stay. And the day would keep its trust
Stay. And the night would be enough

Quando a criança era criança,
andava balançando os braços.
Desejava que o riacho fosse rio,
que o rio fosse torrente
e essa poça, o mar.
Quando a criança era criança,
não sabia que era criança.
Tudo era cheio de vida
e a vida era uma só.
Quando a criança era criança
não tinha opinião.
Não tinha hábitos,
não sentava de pernas cruzadas,
saía correndo.
Tinha um redemoinho no cabelo
e não fazia pose em fotografias.
Wings of Desire, 1987.

Pode me chamar de guinorante, mas eu fico tão dispersiva com o violino triste - como se existisse violino alegre - no começo do filme. E também acho um puta recurso quando o Win Wenders dá voz ao pensamento das pessoas, todas ao mesmo tempo, e a gente leva um instante pra perceber que aquele zumzum é individual. Mas depois eu canso. Muito. Lá pelos vinte minutos não aguento mais ouvir todo mundo pensando ao mesmo tempo. Já quando os anjos enxergam colorido, cara, demais mesmo.
Mas então, em 1998, veio Cidade dos Anjos. E o Nicolas Cage dando 'o grande salto' pra ficar com a Meg Ryan. E ela morrendo atropelada. Tudo ao som do Goo Goo Dolls. E tudo ficou tão raso que transbordou. Mas daí eu entendi. E eu fico assim, pensando aqui (ao som do meu próprio zumzumzum): será que um dia a Meg Ryan vai encontrar o amor de sua vida? Será que existe felicidade possível para ela e Carrie Bradshaw? Conexão Los Angeles - Berlim - New York - ali na esquina.
Final feliz é uma coisa muito definitiva, não é? Pra começar se chama 'Final'.
Por isso que não dá certo. Não dá margem.

E desculpem meu raciocínio de DJ bêbado, mas é que estou fazendo tudo ao mesmo tempo hoje, como se isso fosse possível.



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