Tuesday, April 5, 2011

EU SEI QUE VOCÊ TAMBÉM SENTE, EU DESEJO QUE VOCÊ TAMBÉM SINTA

EU SEI QUE VOCÊ TAMBÉM SENTE,
EU DESEJO QUE VOCÊ TAMBÉM SINTA


Um carro foi metralhado por engano.
Uma Instituição Nacional pede desculpas.

Podia ser você. Ou seu filho. Ou qualquer pessoa que você conheça. Alguém da sua rede de relacionamentos. Faz diferença? Se você conhece ou não essa pessoa, faz diferença?

Dói mais se for o seu sangue derramado?
Não foi, mas podia ser você.

E eu te digo: eu choraria por você, que eu não conheço, assim como chorei pelo menino. Que podia ser meu, podia ser de qualquer um. Porque antes de ser alguém, um nome, um filho, ele era isso, um menino. Uma pessoa que estava dentro de um carro.

Podia ser você.
E eu choraria.
Você choraria por mim?
Não importa, você nem me conhece.

De qualquer maneira, eu queria pedir uma coisa: nem precisa chorar. Mas sinta. Sinta muito. Pare uns minutinhos o que você está fazendo e tente imaginar uma dor muito grande, profunda, que não é uma dor física, como a de alguém que toma um tiro. Mas a dor de quem perde mais do que sangue. A dor de alguém que perde alguém. Experimente também a dor de alguém que se sente perdido. Se perdendo, perdendo o ar.
Experimente. Dilacere-se, só por alguns minutos.

E depois, por favor, esqueça esse pré-conceito de que tudo está perdido e que não tem mais jeito. Nós estamos vivos. Milhões de nós. Vivos.

Vamos dar um pequeno sinal dessa vida - apática, besta, anônima - que corre nas nossas veias e dar um recado, ainda que virtual, para essa meia dúzia de Poderosos que nós elegemos em algum momento de distração:

Nós estamos vivos. E não estamos contentes com o rumo que as coisas estão tomando.
Nós estamos vivos e somos milhões.
Nós estamos vivos e um dia a gente aprende.
Nós estamos vivos, cuidado com a gente.

Até quando?

Foi a polícia. Podia ser o bandido. Não faz diferença. Alguém atirou na cabeça de uma criança.
Isso não é normal e NÃO PODE ser banal.
Por favor.
Diga que você sente. Muito.

ElaEla já disse que sente.
Diga você também.


Empatia: a resposta afetiva apropriada à situação da outra pessoa.



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