Monday, January 9, 2012

Louco é quem me diz E os dias podem ser realmente

Louco é quem me diz

E os dias podem ser realmente surpreendentes se a gente permitir.
Ontem, por volta de 11hs, eu estava em meio a aproximadamente trinta portadores de sofrimento psíquico, praticando Lian Gong*.

E daí que quando a idéia é girar os joelhos pra direita eles inclinam o corpo pra frente? Qual o problema em levantar as mãos pra cima se o cd manda rotacionar a cintura? Eu acabo sempre tocada pelo mesmo tipo de sentimento: a nossa bolha é pequena demais. As nossas contas ocupam um espaço muito grande na nossa agenda, enquanto o tempo que reservamos pra expressar nossas emoções verdadeiras é mísero. Tenho essa impressão constantemente agora, de que esse esforço pra ser aquilo que esperam que a gente seja não vale muito a pena.

Não estou falando só em perfeição em padrões de comportamento e beleza. Mas desse molde que nos colocam (quem coloca, os outros ou nós mesmos?) que dá a suposta medida do nosso valor.

Alcanço um nível de honestidade bruta, quando percebo o quanto posso estar perdendo. Vontade doida de sair dizendo:

Gosto tanto de você!
E de você!
De você também!

Já de você eu não gosto muito, eu te suporto.

Infelizmente a emoção verdadeira, quando expressa, ganha status de suicídio social.
Vida besta, essa.


Mas essa liberdade de expressão emotiva é talvez o único lado bom na condição do portador de distúrbio mental, infelizmente. O fardo é pesado e normalmente não tem ninguém por perto pra ajudar a carregar. Nem família, nem amigos. Vou falar mais disso, ao longo do tempo. Vocês não tem idéia do tamanho do problema.

*pronuncia-se "liam cum".

Outro pensamento me ocorreu, agora: quando a gente diz o que sente de verdade, sem insultar, ofender ou agredir, dá oportunidade para que o outro lado - pessoa, situação - se mostre de outra maneira. E daí pode surgir uma compreensão diferente da nossa parte também.


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